A mulher no mundo empresarial

A diversidade de gênero dentro do mundo dos negócios já vem sendo discutida exaustivamente nos últimos anos. No entanto, toda essa conversa parece não estar resultando em efetiva inclusão das mulheres no mercado de trabalho e, principalmente, no setor empresarial.

Entre 2007 e 2018, a participação de mulheres em cargos de CEOs entre as 150 Melhores Empresas para Trabalhar no Brasil, listado pela GPTW (Melhores Lugares para Trabalhar, em português) aumentou de 5% para 10%. Apesar do aumento, os homens ainda ocupam a maioria esmagadora das posições de liderança nas empresas: 90%.

Além disso, a participação de mulheres em cargos de gestão diminuiu. Em 2018, apenas 45% dos cargos de lideranças das empresas avaliadas no ranking da GPTW eram ocupados por mulheres. Ano passado, esse número era de 48% e, em 2016, 47%.

Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) também indicam essa queda. Em 2016, o IBGE mostrou que as mulheres ocupavam 37,8% dos cargos gerenciais no país. Em 2012, os dados mostravam uma participação feminina de 40% nas mesmas posições.

Empreendedorismo feminino

Sendo assim, a forma que as mulheres encontraram para participar do mercado de trabalho foi  através do empreendedorismo. Dados divulgados pelo GEM – Global Entrepreneurship Monitor, em 2017, mostram que, em 2016, 168 milhões de mulheres iniciaram o próprio negócio em todo o mundo. Entre os 63 países que participaram da pesquisa, foi comprovado que a atividade empreendedora entre mulheres cresceu 10% entre 2015 e 2017.

Mulheres empreendem mais que os homens, segundo a pesquisa Global Entrepreneurship Monitor, de 2016. (Credito: pixabay)

Mulheres empreendem mais que os homens, segundo a pesquisa Global Entrepreneurship Monitor, de 2016. (Credito: pixabay)

O Brasil, junto com Indonésia, Filipinas, Vietnam e México, apresentou um número ainda mais interessante. As mulheres tiveram iniciativa empreendedora igual ou maior que os homens nesses países durante o período analisado. Além disso, o percentual de mulheres brasileiras que iniciaram negócios inovadores é superior ao de homens em 5%.

Mulheres que lideram

Como indicam os dados do GEM, a maioria das mulheres empreendedoras lideram projetos inovadores. Listamos alguns exemplos de empresas que se destacam e foram idealizadas por mulheres:

Think Eva

A jornalista Juliana Faria, após o sucesso do site Think Olga, que discute questões do feminismo, ao lado da também jornalista Maíra Liguori e da publicitária Nana Lima, criou a Think Eva.

A empresa presta consultoria à empresas que buscam criar uma conexão entre as necessidades reais do público feminino e os valores da marca. A Think Eva atua de forma a criar estratégias de comunicação capazes de estabelecer uma conexão emocional entre empresa e as mulheres, a fim de gerar uma relação honesta, humana, responsável e inovadora com as clientes.

Agrosmart

Mariana Vasconcelos desenvolveu o aplicativo Agrosmart com o objetivo de tornar as irrigações no campo mais inteligentes. A plataforma diminuía o desperdício de água na produção de alimentos, além de reduzir os custos do produtor.

A iniciativa de Mariana se tornou uma empresa de cultivo inteligente. A Agrosmart, da qual ela é CEO e co-fundadora, desenvolve tecnologia e fornece ao produtor rural, para que ele possa utilizar o potencial máximo da terra, através de monitoramento de solo, clima e atmosfera.

Mental Clean

Observando o crescente abalo no estado psicológico dos funcionários das grandes empresas, a psicóloga Fátima Macedo decidiu, em 2004, abrir a Mental Clean. A empresa realiza análises psicológicas no ambiente empresarial, buscando desenvolver projetos de gestão de saúde emocional e qualidade de vida nas empresas.

A motivação para a empresa se deu quando Fátima trabalhava com Recursos Humanos em hospital em São Paulo. Durante esse período, ela observou diversos problemas psicológicos sofridos pelos funcionários em função do ambiente de trabalho. Ela, então, criou um programa para saúde emocional desses funcionários e nunca mais parou de desenvolver projetos desse tipo.

Insecta Shoes

Criada no final de 2013, a Insecta Shoes é uma loja de sapatos e acessórios ecológicos e veganos, ou seja, produzidos de forma sustentável e sem nenhum sofrimento animal. Os sapatos são feitos a partir de peças de roupas encontradas em brechós, além das matérias-primas recicladas, como garrafas pet e borracha descartada pela indústria de sapatos convencional.

Pamella Magpali, que possuía sua marca própria de calçados, e Babi Mattivy, que organizava um brechó, se uniram para a marca se tornar realidade. Com o sucesso do projeto, em 2014, Laura Madalosso, publicitária também no setor de moda, completou o time.

Em dois anos de existência, elas já reaproveitaram mais de duas mil peças de roupa, 630 quilos de tecido e mil garrafas pet.

Geração Social

A GS não podia ficar fora dessa lista de mulheres na liderança! A advogada Carolina Braz Pimentel fundou a Geração Social em 2016, com o objetivo de contribuir com as empresas que querem desenvolver um legado e promover o bem estar do seu corpo de funcionários e da comunidade, através da prática da responsabilidade social.

Através de consultorias, a Geração Social ajuda essas empresas a encontrar o seu propósito, motivar e engajar seus funcionários e promover um desenvolvimento sustentável.

 

Princípios de empoderamento das mulheres, pela ONU

A ONU Mulher possui um programa para promover, ainda mais, a participação feminina no mercado de trabalho e no setor corporativo. O objetivo da iniciativa é incentivar a equidade de gênero e o empoderamento das mulheres dentro das empresas em todo o mundo. O projeto lista sete princípios que as empresas devem seguir para proporcionar um ambiente de igualdade entre os seus funcionários.

A ONU Mulheres listou sete princípios de empoderamento das mulheres para a equidade de gênero nas empresas. (Crédito: onumulheres.org.com)

A ONU Mulheres listou sete princípios de empoderamento das mulheres para a equidade de gênero nas empresas. (Crédito: onumulheres.org.com)


As empresas interessadas no programa podem se inscrever no site da ONU através de um formulário. As instituições que optarem promover a equidade de gênero através desse programa devem seguir os sete princípios elencados no programa e relatar as melhorias para a Organização.

Ficou interessado no assunto e quer desenvolver práticas de promoção da igualdade de gênero dentro da sua empresa? Nós, do time da GS, oferecemos programas que podem auxiliar a sua marca na criação de um ambiente mais inclusivo aos seus funcionários. Entre em contato conosco pra saber mais!